Luau Drey

Luau Drey
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

MÃOS QUE FALAM


Aqui estou eu de novo escrevendo pra você.
Talvez um dia você leia tudo que eu já te escrevi. Talvez não tenha saco. Talvez chore. Talvez ria. Talvez se emocione. Talvez eu nunca envie. Talvez eu morra. Talvez eu te esqueça.
Desde que te conheci essa é a palavra que mais tenho usado: talvez.
Eu sabia que não podia me apaixonar. Que não devia. Eu até tentei (não de verdade) não ligar pra você, mas... fracassei. Que merda. E me perdi. Da forma mais perdida que alguém pode se encontrar.
Dezenas de vezes tentei te riscar da minha vida e ser forte o bastante para jamais, nunca mais, em hipótese alguma saber qualquer coisa de você. Ler, ver, ouvir, procurar e stalkear sua vida estaria terminante proibido. Não consegui. Eu sabia que meus dedos digitariam involuntariamente e o controle remoto da TV te procuraria sem querer.
Me senti presa a você. Sem poder, sem saber e sem querer. Como se nesses anos eu já te conhecesse e precisasse de você como agora. E eu rezava às vezes (não de verdade) pra que você nunca mais me chamasse e se chamasse, eu não responderia. Porque me livrar de você é se livrar um pouco de mim também. Porque cada vez que eu visse um carro velho eu teria que pensar em outra coisa. Cada vez que eu pegasse um livro. Cada vez que ouvisse uma música. Cada vez que comesse lichia. Cada vez que pensasse em Cuba, na Croácia ou qualquer outro lugar lindo.. Cada vez que o meu time de futebol perdesse do teu. Ou ganhasse. Te esquecer completamente significa quase não viver.
Mas ainda assim me sinto triste. Consegui apagar todas as suas mensagens e mandar seus e-mails para uma pasta zipada. E nunca mais abrir. Só quando parasse de doer. Mas eu os leio todos os dias, ou penso neles todos os dias. Eu chorei com uma música. Aliás ando chorando por tudo, até em novela, que eu sempre detestei. Me interesso pelo campeonato paulista, corridas, viagens e você. Tento fugir de você, mas é como fugir de mim porque em algum caminho meu olhar cruzou o teu. E esse olhar azul eu não consigo resistir nem dizer não. Daqui a pouco sei que você me chama e eu te atendo porque sou fraca demais para lutar contra, porque já te disse mais de mil vezes o quanto eu te quero.

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