Luau Drey

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terça-feira, 12 de agosto de 2014

O ÚLTIMO POST



Eu te amo, mas não posso. 

Sei que esta sou eu, mas eu não quero ser esta. Eu não consigo.


Eu vivia num mundo preto e branco e você me apresentou um mundo cheio de cores, tão lindo!


Mas eu não sou forte o suficiente para dar conta dele.


Não tenho coragem de encarar os olhos do meu pai, do meu filho e das pessoas que acreditaram nesta história que eu inventei.


Então, resolvi voltar para a minha vida em preto e branco. Pelo menos nela eu consigo sobreviver.




                                                              FIM

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Mãos de rato

 “Quando ele estendeu a mão, ela virou o rosto.
   Era como se se deparasse com uma deformidade que lhe causou ânsia.  
  Instintivamente, recolheu as suas. O simples toque naqueles dedos afilados seria como ser contaminada pela peste bubônica.
   Lembrou-se de quando era criança, quando uma ratazana passou sobre seus pés descalços no jardim da praia.
  Teve asco dele. Pediu para ir ao banheiro e vomitou.
      Quando voltou, razoavelmente recomposta, tinha as mãos encolhidas. Sentou-se e colocou-as entre as pernas.
   Evitou olhar seu rosto de roedor, que àquela altura já tinha bigodes finos vibrantes e um nariz pontudo e vermelho. Ele esticou as mãos sobre a mesa como se quisesse tocá-la a qualquer custo.
   Ela gritou, e todos no restaurante olharam para a mesa deles.
 Levantou-se, chamou um táxi e saiu. Estava sem dinheiro e, ridiculamente, perguntou ao motorista se ele aceitava cartão. Ele aceitava. Menos Dinners."