Luau Drey

Luau Drey
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domingo, 7 de agosto de 2011

CRIANDO MACHOS DEPENDENTES

Eu sou mãe... O que por si só já dá um grande trabalho. Mas além de ser mãe, eu sou esposa, dona de casa, profissional liberal, escritora frustrada e uma mulher com muita, muita dificuldade de organização e concentração.
Sou cercada de machos por todos os lados: dois irmãos, filho, marido, pai, cachorro, dois chefes e, estranhamente, me sinto feliz por todos eles precisarem de mim de alguma forma. Nasci para cuidar. Sou apaixonada pela dependência masculina. Provavelmente, herdei isso da minha mãe. Uma adicta em dependência materna de filhos homens.
Ok. Não me julgue... Todos nós temos as nossas esquisitices. Quando engravidei, torcia secretamente para ser um menino. Me disseram que os meninos são apaixonados por suas mães. Se você for mãe, sabe do que estou falando. Mas também reconheço que somos as grandes culpadas pela possível falta de caráter da sua cria macho... E nem me venha falar, mamãe, que a culpa é das más companhias! Não se faça de desentendida! "Onde eu errei?" é uma pergunta desnecessária depois que você se der conta (quando ele tiver 54 anos) que seu filho não se tornou um homem com muitas virtudes.
Aos homens, saiba que é muito, muito complicado desde o momento da certeza da gravidez até o dia que morrermos. Disse uma vez ao obstetra que fez o parto de "Luccolovers", depois de tirar o bebê gorducho da minha barriga, despejou em mim um balde de culpa. Eu não sei vocês, mas sinto culpa por tudo em relação ao Lucca. Que é este garoto na foto acima, lendo (não é pra transbordar de orgulho?) na sua piscina de inverno, montada no meio da sala, com almofadas. (Em outro post conto o problema que causei ao postar esta foto e ser filha de um pai com TOC, que afirma categoricamente que há algum sequestrador lendo este blog e vendo a foto do menino. Já considera falar com meu tio que trabalha no DEIC para uma ação preventiva imediata. Por segurança, é melhor trocar as fechaduras. A gente sempre acaba na discussão do estrago que pode ser uma chave perdida, mesmo quando a conversa é sobre... samambaias. Viu? É bem difícil ser normal tendo crescido numa família como a minha). Eles culpam pelo excesso. De amor.
Bem, voltando à culpa inerente a minha pessoa desde o momento que Lucca chegou ao mundo, eu sinto culpa por ele ser magro, por ele não comer pepino, por EU não gostar de água- eu!! \o - não o Lucca que até bebe com certa frequência, mas não uma frequência boa o bastante para me livrar do pesadelo de me sentir a responsável genética por ele não tomar 18 litros de água por dia. E por tudo que ele faz de errado. O que ele faz certo eu costumo atribuir a uma graça divina e afirmo que Deus foi bom em me dar um filho tão calmo, inteligente e que raramente adoece. #louca

Tudo começa a ser motivo de preocupação: o meio ambiente, a poluição, má educação no trânsito, a qualidade do ensino no Brasil, as "Marias" (Chuteiras, Tatames, Gasolinas, Parafinas, Holofotes) que podem dar o golpe da barriga no seu rebento, o preconceito, bullyng, escolha da profissão (eu já escolhi a do Lucca!!) e milhões de outras amebinhas viróticas malvadas que atacam a mente de uma mãe #superlouca
Há um misto de vergonha em ser "fora da casinha" e orgulho em ter tanto amor dentro de mim. O mundo passou a ter um outro significado depois que me tornei mãe. Sinto que tenho mais sensibilidade, compaixão, generosidade, porque quero que sua cria cresça num mundo perfeito e não no mundo real. Também passei a ter sentimentos mais nobres. A me indignar mais com as injustiças.
Ser mãe te obriga a se colocar no lugar do outro. Te obriga a ter medo das possibilidades da vida. Mas te dá tantos sentimentos bons e em tanta quantidade que podemos compartilhar infinitamente. Confesso que me sinto louca às vezes... Numa TPM eterna de ternura, amor, ciúmes e posse. Longe de ser a mãe perfeita, mas totalmente neurótica por não ser.