E a história acabou mesmo antes de começar...
Acabou junto com o verão, numa sexta-feira enluarada de março e com ela derrubando algumas lágrimas só para tornar mais dramática aquela despedida de um só.
Imediatamente, não doeu. Chegou até a sentir um certo alívio, pois sabia lá no fundo do seu coração machucado que não ia dar em nada a sua aventura adolescente. Pensava todos os dias em como acabaria aquela piada horrorosa que ela contava para si mesma e o fim foi bem melhor do que ela havia previsto.
Ambos não se acusaram, não brigaram, xingaram ou se maldisseram. Acabara com a mesma classe e silêncio que começara há algumas centenas de dias atrás. Ela se odiou, como era de costume, por ter sido ingênua e boboca, mas até esta sensação não durou mais que um par de horas.
Relembrando todo o enredo vivido, não sabia dizer exatamente o que havia acontecido e em que momento ela começou a acreditar naquela ilusão.
Entendia a raiva de si mesma. O sentimento de ter sido enganada e iludida não condizia com a grandeza do que sonhava e costurava na sua colcha eterna de sonhos impossíveis e dignos daquele romance que ela sempre quis escrever.
Era o momento de ter orgulho e começar a rasgar suas expectativas malucas e rir de cada lágrima derramada e cada dúvida que deixou criar raiz. O que de verdade machucava era a mania de criar futuros saídos de enredos hollywoodianos e por não ter conseguido mudar a história e se tornar a mulher que queria ser.
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